domingo, 5 de agosto de 2012

Medicamento versus esportes

 


O uso de medicamentos para melhorar o desempenho dos atletas vem aumentando nos últimos anos e, com isso, a ação das autoridades esportivas também, com o intuito de preservar os aspectos éticos da competição bem como a saúde dos próprios atletas que dela participam.

O progresso da ciência do esporte associado à farmacologia faz surgir constantemente novas maneiras de implementar artificialmente o desempenho. Logo, tendo em vista a necessidade de atualizações frequentes, é publicada anualmente uma lista de classes farmacológicas e métodos proibidos, que devem ser seguidas pela equipe do atleta para evitar possíveis problemas com o uso de substâncias inadequadas.

Muito cuidado deve ser tomado ao utilizar um medicamento de origem desconhecida, pois estes produtos podem conter algo que não deveriam (não citado em seus rótulos), como precursores de hormônios e testosterona, podendo ocasionar controles de doping positivos. Além disso, alguns produtos elaborados com base em ervas podem conter substâncias proibidas ou estar eventualmente contaminados por elas. Por isso, os atletas só devem fazer uso de produtos habituais, antecipadamente testados, para não correrem o risco de uma punição devido a uma contaminação.

Desta forma, é importante que o atleta siga as orientações do médico e farmacêutico para se orientar e sanar as dúvidas sobre o uso de determinados fármacos em competição e fora dela, usando-os racionalmente, privando a sua saúde e evitando problemas com os comitês esportivos.



Segue abaixo, um resumo com as substâncias comumente empregadas na dopagem esportiva e seus riscos.

·         Agentes anabólicos: aumentam a massa muscular, força do atleta e a agressividade, podem causar depressão, doenças cardiovasculares, anormalidades hepáticas, aumento da secreção de glândulas sebáceas, atrofia testicular, infertilidade, perda da libido, ginecomastia (homens), anovulação e amenorréia (mulheres)

·         Hormônios peptídicos, fatores de crescimento e substâncias afins: eritropoietina (EPO) aumenta a capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue (melhora o desempenho), pode ocasionar o aparecimento de reações tóxicas que incluem encefalopatias, distensão vascular e diminuição do fluxo sanguíneo.

·         Gonadotrofina coriônica (CG): estimula a produção de testosterona e a produção de eritrócitos (estimula produção de EPO), pode causar efeitos colaterais desconhecidos quando utilizada inapropriadamente, além de ginecomastia nos homens.

·         Corticotropinas (ACTH): aumenta os níveis de corticosteróides endógenos (efeitos euforizantes), além de exercer ação sobre o sistema hematopoiético, podem levar a hipertensão, amenorréia, osteoporose, fraqueza muscular e distúrbios psíquicos.

·         Hormônio do crescimento (GH): aumenta o tamanho corporal, reduzir depósitos de gordura e produz efeitos similares aos anabolizantes, podem levar ao aparecimento de acromegalia, levando à redução da força muscular, aumentando a massa cardíaca, cardiopatias graves, a aceleração da osteoartrite, tumores malignos, apneia do sono e hipertensão.

·         Insulina: diminui o catabolismo muscular na promoção da síntese de glicogênio e facilita a entrada de glicose nas células musculares, promovendo o aumento do armazenamento de glicose sob a forma de glicogênio, melhorando a performance durante uma atividade física. Além disso, estimula a síntese protéica e inibe a proteólise. Seu uso não é seguro e acarreta risco de hipoglicemia que pode levar ao coma, morte e certos distúrbios do metabolismo lipídico.

·         Beta-2-agonistas: efeitos estimulante (dosagens maiores que as terapêuticas), anabolizantes (dosagens muito elevadas), levam a tremores musculares; diminuição da pressão sanguínea (taquicardia e palpitações); vasodilatação pulmonar; nervosismo; acidose lática; hiperglicemia; insônia; vertigens; sudorese; cefaleia; náuseas; vômitos; ansiedade; cãimbras musculares; hipopotassemia; hipomagnesemia. Em indivíduos portadores de doenças cardiovasculares: provocam dor anginal, palpitações e parada cardíaca e, em indivíduos portadores de diabetes: complicações decorrentes da hiperglicemia.

·         Diuréticos e outros agentes mascarantes: aumenta o fluxo urinário; reduz o peso corpóreo e impede a retenção de água no organismo, podem levar a desidratação, dores de cabeça, náuseas, cãimbras, vertigens e problemas renais.

·         Estimulantes: aumenta o estado de alerta, reduz a fadiga e aumenta a competitividade, ocasionando a perda da capacidade de julgamento e ocorrência de acidentes em determinadas modalidades esportivas, podem levar a alteração do controle da temperatura corporal, hipertensão, taquicardia, arritmias, vasoconstrição, midríase, excitação, ansiedade, crises convulsivas, entre outros.

·         Narcóticos: ação analgésica (tiram a dor), podem causar depressão respiratória e cardiovascular, aumentando a liberação de vasopressina, alterações gastrintestinais, dependência, entre outros. Além disto, a ausência ou diminuição da sensação dolorosa pode levar um atleta a menosprezar uma lesão potencialmente perigosa, levando ao seu agravamento.

·         Glicocorticóides: ação anti-inflamatória e analgésica, permitindo a participação de atletas com lesões articulares em provas esportivas, reprimindo provisoriamente a dor e a inflamação, podem levar à fragilidade dos tendões, rompimentos musculares, fadiga crônica com queda de rendimento, infecções locais e generalizadas, problemas cardiovasculares.

·         Betabloqueadores: redução de taquicardia e tremor nas mãos por estresse e ganho de precisão por desaceleração dos batimentos cardíacos, podem causar broncoespasmo em asmáticos. São contraindicados no caso de insuficiência cardíaca.



Importante: você, atleta, é o único responsável por todas as substâncias encontradas em seu organismo!



Fonte: Agência Internacional Anti-dopping (WADA – World Anti-doping Agency) e Comitê Olímpico Brasileiro.

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